Maio fecha com dólar em queda de 3,85% investidores monitoram China e Fed.
O
mês de maio fechou e o dólar ficou basicamente estável em 4,75 reais, bastante
afetado por problemas técnicos no mercado cambial doméstico.
O
dia foi marcado por referência à formação da última taxa Ptax em maio -
referência à liquidação de contratos futuros e fechamento de balanços
corporativos - e à típica rolagem de posições ao final do mês.
Segundo profissionais do mercado, o anúncio da China de novas medidas de estímulo econômico para começar a flexibilizar as restrições no combate à covid-19, além de dados domésticos positivos, como resultados fiscais do setor público de abril (superávit primário de 38,876 bilhões de reais), darão alívio para moeda brasileira, o que de certa forma deu de ombros aos sinais predominantes de valorização do dólar no exterior.
Além
da escalada na primeira hora de negociação, quando atingiu o pico de 4,7780
reais, o dólar negociou entre estável e ligeiramente baixo durante a maior
parte do dia.
O
ponto mais baixo, pela manhã, ultrapassou a mínima de 4,70 reais, chegando a
4,6985 reais. Ao final do pregão, estava cotado a 4,7526 reais, variação de
-0,02%.
Mesmo
com um ganho modesto de 0,30% nesta semana, a moeda ainda estava em queda de
3,85% no final de maio, levando a uma desvalorização acumulada de 14,77% no
ano.
O
índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a seis moedas fortes, se
recuperou da queda de segunda-feira e subiu, mas não conseguiu se manter acima
de 102.000.
As
ações de Hong Kong fecharam em 101,773 pontos, com alta de 0,45%. O dólar
americano também se fortaleceu em relação à maioria das moedas emergentes e
exportadores de commodities, embora tenha diminuído em relação a contrapartes
reais, como o peso chileno e colombiano.
Para
Piter Carvalho, economista do Valor Investimentos, os investidores estrangeiros
estão voltando ao Brasil para aproveitar tanto as altas taxas de juros de renda
fixa quanto as ações de empresas de commodities de olho na reabertura da China.
"Hoje
é um dia especial para a Ptax. Mas o dólar está entrando no mercado e isso está
tendo um grande impacto na moeda", disse.
Dados
da B3 (SA: BESA3) mostram que na sexta-feira, dia 27, o capital estrangeiro
entrou na bolsa nacional de R$ 602,915 milhões de reais. Sem dados cambiais
atualizados, é impossível saber se houve entrada líquida de recursos no país em
maio devido a uma greve de funcionários do banco central.
Analistas
atribuíram a queda do dólar este mês ao declínio dos temores de uma forte
desaceleração na economia chinesa, que levou a uma recuperação nos preços das
commodities e a uma perda de força no DXY, especialmente com a recuperação do
euro.
O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) tem sinais de que manterá o ritmo
de seus aumentos da taxa básica em 50 pontos base em sua próxima reunião, os
investidores reduziram suas apostas no fortalecimento do dólar global.
Cristiane
Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, disse: "Com a reabertura da
China, as altas expectativas de commodities para todas as moedas emergentes
favorecem todas as moedas emergentes, desvalorizando o dólar um pouco mais que
o real. 3%", observou também uma melhora acentuada na situação.
As
expectativas para a privatização da Eletrobras (SA:ELET3) e a emissão do teto
do ICMS. Os juros estão altos e o BC vai continuar elevando a Selic. Isso ajuda
na arrecadação neste mês.
Em
audiência pública na Câmara dos Deputados na tarde desta terça-feira, o
presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfatizou que entre todas as
moedas do G20 em 2022, o real terá valor mais forte em relação ao dólar
combatendo a inflação.
Na
segunda-feira, Bruno Serra, diretor do B.C. Bureau of Monetary Policy, disse:
A
valorização do real ajudará a amenizar o choque nos preços das commodities,
enquanto a recente queda do dólar ainda será sentida com mais força nas
leituras de inflação.
Anilson
Moretti, chefe de bolsa da HCI Invest, disse: "O dólar se corrigiu
significativamente este mês. Há muito dinheiro entrando nas bolsas, mas ainda
há uma oportunidade", mas não acredita que o dólar vai cair abaixo da
linha de fundo de 4,60 reais.
"A
inflação global continua sendo uma preocupação para o mercado, teremos reunião
do Fed em junho (dias 14 e 15). O dólar pode subir para resistência em 4,95
reais".
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